Especial: entrevista com Otto

Headliner do primeiro dia do Jambolada 2010, o pernambucano Otto era uma das atrações mais esperadas do festival. E para quem gosta do cara, valeu a espera. O show foi um dos que mais agradou o público, fosse ele fã ou não. A exclusiva com o Otto (leva esse nome já que nós fomos um dos únicos veículos a conseguir uma entrevista com ele por aqui) aconteceu no dia seguinte à sua apresentação. Como não foi possível entrevistá-lo após o show, aproveitamos que ele resolveu ficar pra assistir as bandas do dia 16 e descansar um pouco, e improvisamos um bate-papo do lado de fora do Acrópole. A conversa foi entre Otto, Felipe, Karla e eu. Não conhecia muito do cantor, mas os dois fãs que me acompanharam (ou que eu acompanhei) souberam dar rumo à entrevista. Ao invés de comentar o que foi discutido de interessante, recomendo que assistam abaixo, na íntegra, a primeira entrevista especial e exclusiva do Folhetim Baticum.



Por Augusta Deluca (Folhetim Baticum/MIU)

Personagens do Jambolada 2010: Aufel






Otto, EMICIDA, até o Capilé estava presente no primeiro dia de JAMBOLADA. Isso mostra o quanto o número e o nível de figuraças no primeiro dia do Festival foi alto e o quanto eleger um desses como figura principal do evento seria difícil.

Em razão desta dificuldade e do quanto injusto seria fazer isso, não elegerei um figura mais figura. Mas para dar ênfase ao espírito underground da parada vou contar um pouco da história de um personagem não tão conhecido no Circuito. Esse é o Alfeu.

Acho que o povo de Uberlândia deve conhecer bem o Hippie Tatuado bem mais que eu. Mas foi uma experiência interessante ouvir as histórias dele. Com uma bíblia na mão e um cigarro de maconha na boca ele tinha resposta para tudo. Suas teorias iam desde a extraterrestrabilidade de Cristo, os poderes de teletransporte do mesmo, passando pela bomba atômica que destruiu Sodoma e Gomorra, chegando na imortalidade dos deuses e na infinitabilidade de Deus.

Nonsense? Em momento algum. Ele era bem articulado. Citava autores e os recomendava. A bíblia era sua principal referência, ele a conhece bem melhor que muitos pastores que conheço. Sua narrativa era boa e suas reviravoltas insinuantes.




Interpretava livremente os conceitos escritos no livro sagrado, assim como os religiosos fazem, ele ia mostrando como os seus atos estavam indicados na bíblia. Falava sobre presente, passado, futuro, sobre o nada, que na verdade é uma palavra esperando tradução (ele próprio citou os engenheiros do Hawaii com esta frase). Falou sobre a sabedoria, a ignorância. Dizia que não estava ali para vender seus produtos, estava ali simplesmente para viver. Dizia ter lido livros de várias religiões e entender delas.

Porém a maior virtude do seu discurso era o otimismo. Não aquele dos livros de auto-ajuda, mas um otimismo agressivo que muitos especialistas em motivação não seriam capazes de demonstrar. Ele falava da importância da originalidade. Da força que cada um tem e de como pode usá-la para mudar o que vive. Nada parecia obstáculo para aquele homem.

Não ponho suas palavras entre aspas, pois não as anotei nem gravei. Apenas relato aqui as impressões dos muitos minutos de conversa. Alguns talvez me ponham na cruz, afinal, para quem passou uma semana ouvindo Capilé, Alex Antunes e Cláudio Prado, dar tanta bola para as palavras de um hippie tatuado seria no mínimo falta de critério. O critério é: ele não tentou me convencer de nada. Ele só se deu ao luxo de falar para alguém que queria ouvir. Eu ouvi por ouvir ou para fazer minha matéria? Aprendi que se deve ouvir, pois as melhores histórias vem de quem não foi pautado. As melhores fontes estão na sua frente, basta ouvi-las.

Os muitos que ouvi nessa semana estavam onde estavam para falar. O cara que ouvi no Jambolada estava para ser ouvido. Se perdi meu tempo. Se ouvi falácias. Só o tempo dirá. Não serei cobrado pelos trinta minutos perdidos, posso ser cobrado pela crônica mal feita e pela ingenuidade de dar tanta a moral a esse personagem. Que os comentários julguem meu trabalho e quem tiver oportunidade que converse um pouco com o Aufel. De bons papos se fez essa semana. Sobre um deles decidi escrever. Espero que a leitura tenha sido boa, para aquele que (obviamente) se disponibilizou a ler!

JAMBOLADA 2010! Ótimos personagens em cada canto! Era só procurar!

Pablo Felippe - Coletivo Canoa Cultural

O blues rock contemplado com The Baggios


Os sergipanos da The Baggios acrescentaram muito à Jambolada ao trazer pro palco o blues rock, estilo não muito frequente na cena independente nacional. Dividindo o palco com bandas mais pesadas nesse segundo dia do festival, a aceitação foi total.

Acordes clássicos, slide e um vocal agudo fez o público experimentar o blues como poucas vezes se viu por aqui. O show ainda contou com a participação do Helio Flanders, vocalista da Vanguart, banda também escalada pro dia de hoje. Acrescentando gaita e fazendo jogo de vozes com o Júlio, Flanders e a Baggios mostraram um pouco do que vem no próximo álbum que está pra sair no começo do ano que vem.

Por Felipe Tavares (MIU)

Leave me Out traz o grunge para o #Jambolada2010


O Leave me Out, banda uberlandense com pouco mais de um ano de atividade, abriu o segundo dia do Jambolada 2010 com o peso do grunge. Influenciados pelo som de Nirvana, Alice in Chains e Silverchair (por sinal, o nome da banda foi tirado de uma música do álbum Frogstomp), o primeiro show da noite foi pesado e coeso, para um público que ainda estava chegando, mas já com gás total para a noitada! E parabéns para os técnicos de som, que deixaram as guitarras PERFEITAS!

A banda está fazendo o lançamento oficial do primeiro EP aqui no Jambolada, mas quem quiser ouvir pode acessar www.myspace.com/bandaleavemeout e curtir o som de uma das promessas da cena de Uberlândia.

Primeiro Dia de Jambolada: Doses homeopáticas em Escala Industrial

Na Antiguidade a Acrópole era o local onde das cidades em que se construíam as estruturas mais nobres, como templos e os palácios dos governantes. Mas em Uberlândia, a Acrópole é uma das maiores casas de show da cidade,e foi o local escolhido para receber o Festival Jambolada, como o de costume.

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Lá dentro as bandas convidadas faziam a felicidade do público. Porém não eram apenas as apresentações dos artistas que tomaram a atenção dos participantes do Festival.

Os ‘acessórios’ do Jambolada também fizeram a diferença na decoração!


A Feira-Mix trazia ótimos artigos: a moda Lumo, CDs, Dvds, sacolas, pulseiras, cordões, que podiam ser pagos com os CARDs dos Coletivos Fora do Eixo. Outras banquinhas que não aceitavam os Cards também exibiam produtos bem Roquenrou.

O Cine Jambolão deu um play nos filmes da Distribuidora Df5.


Os participantes do Festival ocupavam os diversos ambientes da Acrópole. Quem queria conversar mais longe se afastava, quem queria as bandas ia para perto do palco.


Deu sede? O Bar estava SEMPRE pronto.


Deu fome? A barraca do Yakisoba era um dos maiores sucessos do Jambolada.

Queria um papo legal? Era só falar com o Alfeu. O Tatuado tinha as melhores histórias na ponta da língua.


Queria Companhia ou conhecer um pessoal gente boa e descolado? Seus problemas estavam resolvidos. Muitos dos presentes no Festival também participaram do III Congresso Fora do Eixo, ou seja, garantia de bom público no Evento.
Essas pequenas coisas boas rolaram em pequenas doses no evento. Mas se você quer saber o que veio para deixar todo mundo ligado?

Segure a Lista:

Desalma (PE)
A170 (MG)
Manos de Responsa (MG)
Dom Capaz (MG)
A Banda de Joseph Tourton (PE)
Pedro Morais (MG)
Monograma (MG)
Érika Machado (MG)
Cabruêra (PB)
Falsos Conejos (ARG)
Autoramas (RJ)
Emicida (SP)
Otto (PE)
Gostou?

Pablo Felippe - Coletivo Canoa

Indiada Magneto convida...


Um show com diversidade musical e muitos talentos apresentados pelo produtor e autor do projeto musical de Indiada Magneto, que é o codinome de Daniel Saavedra.

O público pode conferir o projeto de re
cheado de músicas autorais da melhor qualidade intitulado Coletânea Indiada Magneto Apresenta. Daniel disse que ficou muito feliz com a evolução constante do festival " Toquei no último Jambolada e fiquei muito impressionado com a infra-estrutura apresentada esse ano".

Por Jamile Salomão. colaboradora do Midias Integradas Uberlandenses (MIU)

Do forró para o rock (sem guitarra)

 Foto: Divulgação

Dando sequência à programação do último dia de #Jambolada2010, The Hell's Kitchen Project tinha o desafio de cativar um público que, pouco tempo antes, se deixara levar pela ritmo da rabeca forrozeira do Quarteto Olinda. Sem problemas. Um trio de ROCK que abriu mão da guitarra deve curtir tarefas, digamos, "excitantes" como esta.

Pela segunda vez na cidade - a primeira, dois meses atrás, no Festival Goma - a banda, bastante carismática, já tinha um certo público formado. "Nossa maior surpresa foi um cara gritando 'HELL'S KITCHEEEN!!!'" Ok, meio caminho já estava trilhado. A empolgação dos primeiros fãs aos poucos contaminava todo o público. "Isso é reflexo de um novo tipo de público, aberto à diversidade", refletiam após o show.

A banda, que completou 4 anos de estrada no último dia 10, tem priozado a circulação. "Acabamos de receber um convite para o Festival Se Rasgum, de Belém (PA)". Nos próximos meses, a ideia é focar na pré-produção para o próximo disco, previsto para o ano que vem.

Por Victor Maciel

Quarteto Olinda


Foto: Artur Ayroso

A alegria de Olinda invadiu o palco Conexão Vivo no último dia do Jambolada. Cada um encontrou seu par e todo o público "forrozeou" ao som do Quarteto Olinda, segunda atração do dia.

O quarteto de cinco formado por Guga Amorim, Bruno Vinezof , Yuri Rabid, Cláudio Rabeca e Guga Santos não deixou ninguém parado e mostrou um som de qualidade e muito cativante. O vocal Guga disse pra gente em um bate papo logo após o show que gostou muito da experiência de tocar no Jambolada e que ficou muito contente com a resposta do público, "É sempre uma surpresa boa a reação positiva de um público que muitas vezes é diferente da galera que nos acompanha!"

Por Jamile Salomão, colaboradora do Midias Integradas Uberlandenses (MIU).